por Lena Mukhina (Autor)
Uma narrativa impactante comparável a “O diário de Anne Frank”
Adolescente constrói relato sensível e detalhado sobre o cerco de Leningrado, durante a Segunda Guerra Mundial
O que poderia ser apenas o diário de uma colegial transformou-se em um registro histórico de um dos eventos mais dramáticos da contemporaneidade. As anotações da jovem Lena Mukhina, de 16 anos, deram um tom particular ao chamado cerco de Leningrado, atual São Petersburgo, na invasão da URSS pela Alemanha nazista em 1941. Foram 872 dias com a cidade sitiada, durante os quais mais de 700 mil civis – um em cada três moradores da cidade – morreram de fome e exaustão.
“O diário de Lena” é um testemunho comovente e, ao mesmo tempo, extremamente preciso da tragédia vivida pela população sitiada, sobretudo no inverno de 1941-1942. Iniciado em maio de 1941, um mês antes da invasão nazista, o diário mistura relatos da rotina da adolescente – o dia a dia normal, sua vida escolar, as relações familiares, os amores e amizades – e as mudanças trazidas pela guerra – a luta pela sobrevivência, o racionamento de comida, o medo e a morte de seus entes queridos.
Lena vivia em Leningrado com a mãe, Maria Nikolaievna. Com sua morte, a menina passou a morar com sua tia Elena. Depois que a velha babá da família, Aka, e Elena faleceram, Lena se viu completamente só na cidade sitiada. As pesquisas feitas pelo historiador Sergei Yarov, que descobriu o manuscrito, demonstraram que a jovem foi transferida no início de junho de 1942 para a cidade de Gorki, onde tinha uma parente distante ainda viva.
São raros os relatos que ajudam o leitor a compreender uma situação em que os limites da humanidade foram levados ao extremo, como um cerco, no qual as pessoas convivem com a fome, a doença e a guerra. No entanto, a simplicidade e o poder de observação de Lena Mukhina surpreendem, ao revelar detalhes de circunstâncias tão difíceis de serem descritas.
CLUBES DOS LIVROS
Setembro 2024
In Love With Documentaries
PERGUNTAS PARA OS CLUBES
1. Sobrevivência e Coragem: O diário de Lena descreve sua experiência durante o Cerco de Leningrado. Qual momento da narrativa mais te impressionou sobre sua coragem e resiliência? Como você acha que ela conseguiu lidar com uma situação tão extrema?
2. Perspectiva Histórica: O livro oferece uma visão íntima de um evento histórico devastador. Como a narrativa pessoal de Lena te ajudou a entender melhor os horrores da guerra e suas consequências para os civis?
3. Emoções e Vulnerabilidade: O diário de Lena revela seus medos, esperanças e momentos de desespero. Houve algum momento em que você se conectou emocionalmente com ela? Como as emoções de Lena te impactaram durante a leitura?
4. Cotidiano em Tempos de Guerra: Lena escreve sobre os desafios do dia a dia durante o cerco, como a fome e o frio. Qual aspecto da vida cotidiana descrito por ela te pareceu mais difícil de suportar? Como você acha que teria reagido nessas circunstâncias?
5. Importância dos Diários: O que você acha que motivou Lena a continuar escrevendo, mesmo nas piores circunstâncias? Você acredita que escrever foi uma forma de resistência para ela?
6. Esperança e Desespero: Ao longo do diário, Lena vive momentos de esperança e outros de desespero. Como essas emoções contrastantes moldam sua história? Você acha que Lena consegue manter a esperança viva durante todo o tempo?